O tato, a sensação das suas mãos nas minhas, leve toque dos dedos, das palmas, cada detalhe, vão, o calor e a delicadeza. Como é deliciosa a respiração descompassada! É possível perceber o medo no ar, é tudo tão suave e sutil, é sabido cada intenção, cada vontade é perceptível, não existem segredos, ou tudo é tão segredo que não se sabe o que fazer, e em um instante entrasse em uma bolha de espaço e tempo onde o mundo pára, não existe o passar das horas, não existe o frio, não existem os barulhos, não há nada. E nesse momento a única coisa que resta é a vontade, uma vontade morna e úmida, e o tato, o contato, a pele, a face, os dedos, os lábios e o medo, medo de parar, medo de olhar, medo de perceber, e por fim medo do próprio fim. Quando o momento acaba, o momento volta, o transe se faz novamente e mais uma vez não quer se acabar, mas desta vez uma rápida esbarrada de olhares e a vergonha sobe as faces em um sorriso que não consegue se esconder. O que dizer? Pra que dizer?
"Nós dois sabemos muito bem..."
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