quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Duas cervejas

Desce mais duas cerveja, deixa aos poucos o medo sair, vai levando a timidez, as inquietações.
Quero ouvir as verdades saindo, mais duas cervejas que vão. Me deixe ébria, me deixe falar todo sentimento que esta aqui, quero uma vez mais estar em sua cama, deixa a loucura invadir.
Talvez mais uma rodada antes de ir. Juntos pela rua, o mesmo rumo de sempre, todas as conversas que cabem entre nós, a facilidade dessa entrega. Mais uma cerveja talvez quando chegarmos servida em copos bonitos e um cafuné pra embalar, aos poucos vou me abrindo e sinto de ti o mesmo.
Mas não quero ouvir o que a manhã tem a dizer, não quero as palavras sóbrias .
Deixa eu dormir mais um pouco, deixa eu aqui nos sonhos, devaneios, me deixa nos seus braços, me deixa nesses afagos, deixa eu me perder um pouco mais, não pensar, não ouvir.
Talvez eu ainda não esteja preparada pra encarar as minhas e as suas também.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Buscando

Me perco em me buscar, é estranho esse pensamento mas me parece tão completo. Procuro por toda parte minha identidade, quem sou, talvez o grande problema seja querer ser única, querer não parecer com ninguém, a cada passo que dou, a cada nova eu criada esbarro em mais alguém assim, esbarro em alguém se tornando o que me tornei.
Lugares que nunca chegarei, pontos que nunca serei.
Apenas mais uma, mais uma, mais uma, mais uma...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Interno

O clima ameno alivia meu corpo, os tempos estão mudando, de fora pra dentro o mundo parece se transformar. A agitação vai se tornando calma e a angústia se faz paz dentro do peito. Vejo as horas passarem e mantenho o silêncio no ar.

A caixa

Tantos conceitos e certezas que se desfazem como se nunca tivessem existido. Verdades prontas que não se encaixam em nossos sonhos, que cortam nossas asas e nos entregam caixas prontas de desejos que são permitidos.
Porém de tempos em tempos algo dá errado, um resto de asas sobra, uma caixa não se fecha tão bem e o erro está feito! Sem chances de correção! Eis uma pessoa que nasce para sofrer, sofrer muito, lutar por sonhos inatingíveis e ir contra tudo e todos.
Mas nessa imperfeição surge o sincero, o verdadeiro, cada realização se sobressai, cada sonho realizado é uma prova de vida, eis que a verdadeira felicidade surge, de dentro dos verdadeiros desejos sendo realizados!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Formas de amar

Nos escondemos entre ruas já traçadas, sem escolhas de novos caminhos.
Buscamos nas janelas sorrisos de esperança. A noite vai caindo conforme o esperado, a lua, as estrelas, tudo seguindo sempre a mesma canção, os mesmos velhos passos, mas nos sussurros da noite surgem novos amores, ousados, inventados, amores que não ousam falar de amor.
Amores que transbordam nos desejos e se afogam em vontades que talvez nunca venham a se realizar.
Me perco em algum beco, sem saber qual a melhor forma de agir, as vezes engasgo nas palavras, cuspo sentimentos e tento entender esse alvoroço que vai se formando, um soluço que não pode ser contido, um sorriso meio disfarçado, as mãos dadas, a ternura que pode haver nesta forma louca de se viver. Não esperava chegar em tantos pontos que já cheguei, o estranho já não me parece assim tão estranho, essa dança em que estou parece fluir de forma natural, não tentei desenhar o destino, não escolhi sentir tantas batidas de coração.
Vamos assim, aos poucos criando nossas formas de amar, as vezes guardadas para apenas nós sabermos, outras vezes gritadas para o mundo, cada amor de seu jeito, um coração cheio deles, cheio de amores de canções e de alegrias, quanto mais me abro, mais amo, quanto mais amo, mais me sinto amada. 
Amo você pelo que é, pelo que me faz sentir, pela simplicidade de nosso amor, pela facilidade de ser eu, pela facilidade de ser você, vivendo um dia a dia completo. 
Amo você pelo que formamos, pelas risadas e histórias, pelos encontros e desencontros, pelas formas que as coisas tomaram, pelo deixar ser do que se sente, sem cortes, sem pressões, apenas sendo.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Pode não ser nada, pode se perder no ar amanhã, mas como evitar a beleza momentânea de uma bolha de sabão.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre as asas que quero ter

Desde muito nova sentia a necessidade de voar, de esticar minhas asas e ir longe, ser livre.
Muitas vezes minha liberdade se misturou com inconsequências, mas não era por maldade ou por falta de valor aos outros, nunca corri atrás de algo para prejudicar ao próximo, mas muitas vezes fiz o contrário... Encolhi minhas asas para que não esbarrassem nos sonhos alheios.
Mas sempre que fiz isso, sempre que parei de voar perdi uma luz que brilhava em mim, isso levava a apatia, isso levava a depressão, de tempos em tempos eu começava a me agredir, a fazer as coisas para me machucar, talvez pareça muito estranho, mas era o que sobrava para eu voltar a sentir, para eu tentar me acordar, me livrar das prisões que eu mesma construía para mim.
Volta e meia isso acontece novamente, todas as minhas frustrações desabam e eu não consigo segurá-las, e elas se viram contra mim, como um tapa na cara, como um: Olha o que você esta fazendo com você mesma!
Depois de muitos anos me sentindo errada e tentando entender tudo o que se passava em minha mente e no meu coração comecei a perceber melhor quem eu realmente era, perceber o que eu havia guardado de mim, comecei a ver que eu não tentava mais voar, que eu me colocava em situações de domínio do outro para comigo em uma tentativa, nem um pouco esperta, de que o outro conseguisse me fazer ser normal, me encaixar nos moldes.
Talvez por conta de todos esses meus desajustes e tentativas minhas asas estejam meio cansadas, meio dormentes, perdi um pouco da habilidade que tinha de sonhar, de fazer os outros sonhares, de criar histórias, de transbordar meu amor.
Nestas idas e vindas acabei encontrando pessoas livres, e encontrei um alguém que quer me entender, que não acha que devemos nos prender, que quer viver, quer voar, quer sonhar, que também acabou apagando muito do que era pelo bem do próximo, para se encaixar em uma sociedade que nós nem sabemos se realmente gostamos, ou se queremos ser como ela.
Hoje, muito aos poucos vou abrindo minhas asas, quero voltar a tê-las. Quero que a pessoa que escolhi para dividi-las comigo também possa voar. Que o apego não se apegue a nós. Que as coisas novas nos deixem transbordar de amor e de amar.