terça-feira, 18 de junho de 2013

Abrindo os olhos

Eu me despi de muitas coisas.
Despi meus medos, despi minhas incertezas, deixei tudo a vista.
Tirei diversas camadas sujas, fui aos poucos afastando.
Deixei apenas a pele sensível e rosada, deixei a alma a mostra.
Nua, e assim estou novamente.
Talvez seja mais difícil do que parece.
Minha ânsia era de me cobrir novamente, de me esconder, de não deixar que mais nada pudesse me ver ou tocar.
Mas a verdade é que já me mostrei, por mais que me cubra novamente, você sabe tudo que há por baixo...
E se tiver que doer, não serão as camadas sujas que iram me proteger.




segunda-feira, 17 de junho de 2013

Buscando folego

Vou me agarrando a algumas ilusões.
Deixo minha face serena, em sorrisos não exagero.
Sinto em alguns instantes as forças passarem, sinto por dentro a alma chorando.
Sou fraca, tento mastigar tudo o que vi, tudo que ouvi, tento lutar entre mente e coração.
Ouço o silêncio dentro de mim, sempre temi mais o silêncio do que o excesso de pensar.
Se que em partes perdi muito do que havia dentro, não sei o tamanho da ferida, ainda estou com medo de cutucar, de forçar, de machucar ainda mais, mas sei que será necessário, pois eu sou assim.
Enquanto não doer tudo que tiver para doer não conseguirei sorrir, não conseguirei sentir.
O frio adormece meus sentimentos, entro em um estado letárgico.
Vazio, frio, não é escuridão, é uma ausência de tudo, de sono, de amor, de calor.
Despejo meus pensamentos e minhas palavras.

Despejo minha alma.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

5 segundos

Era dia 30 de agosto e tudo caminhava de forma distraída.
O mundo podia mudar a qualquer instante ou continuar seguindo, mas tudo aconteceu naquele breve momento. O instante do encontro.
Olhando nos seus olhos, não sei o que foi daquele instante, mas sei que foi ali, mesmo o antes, mesmo o depois, nada foi tão intenso em mim quanto aquele. De alguma forma tudo se jogou em cima de mim, eu não sabia o que fazer ou dizer, mas estávamos ali e me sentia próxima de ti de uma forma que nunca havia sentido, tive vergonha dos momentos que se seguiram.
Pensava que não seria tão ruim usar um moletom e uma camiseta na frente de um amigo, afinal não haviam outras intenções... Mas eu tive vergonha, queria estar mais bonita, queria estar mais arrumada, queria te impactar assim como me impactou em alguns instantes. Eu queria olhar fixamente nos seus olhos.
É estranha a sensação.
Aos poucos fui me pondo a diante de meus medos, aos poucos fui me aproximando e tentando te encantar, fui conhecendo todos os lados aos pouquinhos, conhecendo partes mais intimas e segredos que você não ousava contar, me fiz perto, me fiz amiga, me fiz companheira mas não sabia até onde isso tudo iria chegar.
Deixei o mundo de lado e acreditei que não fosse, que não pudesse...
Mas por fim... Era o que seria e por mais que o mundo se revoltasse a cada momento... Eram seus olhos, eram seus lábios, era seu abraço e aquele cheiro que sempre me acalma, o mundo ao seu lado é a calma, a tranquilidade.
E aquele beijo, o primeiro deles... Foi como o encontro dos olhos, foi como no dia 30, tudo que era arrebatador voltou.
Não haviam mais volta, e mesmo que houvesse... Eu não queria mais voltar.