quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Escondendo

Eu me escondo
Escondo tudo
Escondo a alma
Lá no escuro
Curo meu corpo
Me reservo
Reservo a mim
A memória
O passado passando
Zunindo em meus ouvidos
Ouviu?
Ele passou novamente
Me comove
Me envolve
Mas é passado
Perdido
E eu ainda ouço.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Inutilidade

E jah não servem
Palavras
Inuteis
Partidas
Sem função

Chegando ao fim

As luzes e o sol
Já estão se esgotando
O calor se perdendo
E minhas mãos vagam
Parecem já ter tecido
Toda história que poderia ser
Mãos que já se cansam
Que querem novos sonhos
Querem contar novas andanças
Querem brincar de esconder-se
Querem ser descobertas
Encobertas
Se desfazerem.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Segredos

Só nosso segredo
Entre as pétalas rosa
Se abrindo
Revelando
Mostrando ao luar
O olhar que me mostrou
E o orvalho faceiro
Vem testar o seu corpo
Seu toque
No meu toque
Não me toque
Sou meu corpo
Só seu corpo.

Contos

E as palavras
Nossos versos
Que vieram
Não souberam
Se fazer
E esta noite
Na espera
Cinderela
Não vai aparecer

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Humanos

Assim
Tão faliveis
Tão errados
Frageis olhos
Chorando por outrem
Olhos afiados
Que sem saber fizeram dor
Alma que se esgota
Em sua tola sabedoria
Em sua fraca gentileza
Em sua bondade des-medida
Juventude infindavel
Eternas crianças
Errando sem saber
Errantes neste mundo
Destruindo vidas
Vividas ou não
Sonhando com asas
Procurando estrelas
Sabendo-lhes meras rochas
Incandecentes
Sabendo que queimariam
Jogariam suas vidas
E sua carne fraca
Sendo cravada
Sendo torturado
Por seus amigos
Por seus amores
Sim, culpa destes olhos
Deste peito fraco
Que não sabe amar
Que olha para si
E sente a dor
A derrota
Sem ver
Sem realmente ver
Aquilo que fez
As garras que afiou
E a alma que arrancou
O coração que fez de escudo
A alma que jogou a seus pés
Que pisou
Que elameou
Tolos humanos
Que assim como eu
Não sabem ver
Nem a si mesmos.