segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Então acordei

Enquanto ele tocava sua guitarra
Eu ensaiava um sonho
Enquanto nossas mãos se tocavam
Eu sorria e temia o desvencilhar
Enquanto a noite chegava
Eu me perdia no que um dia viria a ser
Enquanto os dias passavam
Eu não entendia o que podia acontecer

Então eu acordei

Um beijo roubado com permissão
Um começo nem um pouco perfeito
Mas do jeito que poucos sabem ser.

domingo, 29 de novembro de 2009

Pelos ares em algum lugar

Ouço na brisa
No assovio do vento
Meu corpo se faz dança
Neste rodopio sem fim

Meus passos
Sonham com seus passos
Nossas mãos dadas
Os corpos a bailar

Beijo o ar
Como se fossem lábios
Sinto o seu calor retribuir
Mãos que afagam

Quero dormir
Sentir-me em seu colo
Me desfazer de alegria
Num sonho que não se acabe

sábado, 28 de novembro de 2009

Hoje

Estar em suas mãos
A sensação de estar completa
Toques que me descobrem
Me invadem
Me enlouquecem

Vem mais uma vez
Quero sentir seu gosto
Ouvir seu gemido
Te arrancar suspiros
Fazer da noite dia

Morder
Lamber
Beijar
Arranhar
Devorar
Você

Fatos

Os dias passam
As horas passam
São poucas as coisas que realmente ficam
As vezes algumas marcas
As vezes os sentimentos
Ficam algumas lembranças
Algumas dores
As alegrias
Mas o que realmente muda
o que faz é aquilo que é
Não o que foi
Nem o que virá
Sejamos agora
Vivamos então.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Novembro

As vezes tento fugir da vida, do passado, mas ela me atormenta com lembranças e datas sem fundamentos.
Dias que deveriam ser como quais quer outros. Dia de sol, dia de chuva, o que viesse, simples dias. Mas o humor, o cheiro, algo sempre muda quando as datas se aproximam, é como uma prova, um teste de força de vontade onde eu não sei como vencer.
Nestes dias me sinto fraca, tenho vontade de chorar como uma criança indefesa. Me sinto ameaçada pelo mundo como um animal acuado que já foi ferido muitas vezes e teme não resistir a mais uma vez.
Mesmo sabendo tudo como deveria ser, ainda temo o invisivel, como se forças más pudessem me machucar. Queria sair desta louca peça que minha cabeça, ano pós ano, insiste em me pregar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A sua música

Você sobre o palco e eu aqui, esperando os preparativos para tudo começar, o arranhar de meias notas, as luzes que se apagam, o corpo se prepara, o coração segue o compasso da bateria, mas meus olhos não perdem você em nenhum instante. A vibração não deixa meu corpo parar sigo seu ritmo sem me cansar, por fração de segundos capturo seu olhar no meu, um sorriso que foge de seu rosto sério, seus lábios que quero provar.
Música a música o calor se espalha pelo corpo, o suor e a vontade, posso ficar assim por horas, apenas aumentando a cada minuto o meu desejo de ter você. A vontade de me entregar para estas mãos de movimentos firmes, para estes braços que sei que podem me proteger.
Como pode a cada instante este desejo crescer? Como pode esta vontade louca de cada parte de você? Desejo a carne tanto quanto desejo a mente, cada jesto que completa o seu jeito de ser.
E quando a música acabar quero poder desfalecer feliz junto a você.