terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dicionário de uma sonhadora

Algodão doce: Núvem com gosto de sonho, doce.

Borboletas: Pedacinhos coloridos de ar que gostam de dançar.

Flores: Cartas coloridas de amor perfumadas, que a terra envia a nós.

Estrelas: Poemas que somente bem de longe podemos ver.

Beijos: Cocegas que nossos lábios fazem na alma para tocarem o coração.

Amor: Um bichinho que se esconde no peito e que sopra em nossos ouvidos tudo aquilo que queremos ouvir.

Sonhos: A força maior, além de deus, é capaz de criar e destruir tudo o que quiser.

Palavras: Pedaços de pensamentos que saltam de nossos lábios ou escorregam por nossas mãos.

Dias: Capítulo de um sonho bem grande que apesar de torcermos muito não podemos saber o fim, até ele finalmente chegar.

Fim: O começo de tudo aquilo que vem depois.

Outono dentro de mim

As folhas foram secando
Vão devagar sendo levadas pela brisa
O sol não é assim tão forte
As nuvens, o ar seco

Porém junto com estas intemperes
Vem também os frutos
Alguns azedos, é notavel
Mas alguns são muito doces

O desfazer da natureza
Traz coisas além
Os dias que assustam
Me mostram o quão capaz sou

Vejo o que melhorar
Vejo onde mudar
Vejo a força nascendo
Os frutos que hão de vir.

Fragilidade

Em questão de segundos
Todas as certezas
Todos os sonhos parecem cair

Uma simples frase
Um ato mal pensado
Uma dor que não silenciamos

Todo tormento
Acrecentado
Somado a tudo

Momentos em que desabamos
Onde queremos chorar
Onde há medo

O mundo caindo
Não vemos forças
Os apoios somem

Mas como sempre
Está tudo ali
Sempre está

Depois de algumas horas
Depois de respirar
As forças voltam

O mundo continua!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um dia qualquer

Ouço o vento, o farfalhar da cortina.
Seu corpo distante do meu,
Eu que pedi.

Me sinto tão só
Cada vez mais distante
Sem saber se haverá volta
Se o sonho vai terminar
Sem saber se no fim da noite
Haverá uma mão segurando a minha
Se haverá um beijo ao desejar bom dia

E o sono?
Neste momento ele é maldito
Por mais que feche os olhos,
A mente não me deixa dormir
O tempo parece se arrastar.

O tempo cada vez mais lento
E suas mãos cada vez mais longes.

Amor

Assim tão complicado
Tão sem jeito
De qualquer jeito
Sem saber o que é certo
Sem saber o que machuca

Como primeiros passos
Vamos caminhando
Alguns tropeços
Ainda não conheço esse caminho
Ainda não trilhei esse amor

As vezes com ardor
As vezes com prantos
Vamos aos poucos conhecendo
Aprendendo a ouvir
A entender
A não temer

Muitas vezes complicado
Tantas vezes é simplesmente
Como um sonho acordado
Como uma ferida aberta
Perdida em sentimentos
Aberta para cada dor e cada prazer

Vou assim te amando
Sem querer
Sem saber

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O que quero

Acordar deste sonho ruim.

O que possuo

Tenho minhas roupas
Tão minhas quanto o tempo
Meus amigos
Que aos poucos vão sumindo
Minhas lembranças
Que a memória fraca trata de esquecer
Meus amores
Que as vezes se transformam em ódio

O que realmente sobra?
Meus pensamentos
Tenho minhas idéias
Minhas palavras
A imaginação que nunca esgotará!

Mais uma vez

Tantas vezes já foi assim
Aos poucos vou voltando
Entrando novamente
Aos poucos meu mundo
Me fechando
Me guardando
Para entender a mim

Como se voltasse pra casa
Em silêncio
Falando sempre menos
Buscando algum lugar
Olhando em volta
Tudo aquilo que não faço parte
Onde sei que não é meu lugar

Vou voltando para dentro
Me escondendo
Onde não podem me machucar
Me fazendo num canto
Num poema
Onde só eu vou me achar

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Psicossomatizando as coisas

O estomago chia de forma estranha
A respiração se altera quando não devia
O rosto, a pele, os olhos ardem como chama
A cabeça não dói, mas sim a mente
As mãos pende sem força
Pra que lutar, resistir, desistir?
O corpo tende a se manter inerte
Implacaveis os pensamentos
A sensação de solidão devora
Tudo sem sentido
Tudo sensitivo

(sem titulo)

Quero ver caras de espanto
Surpresas e terror
Vou escrever versos obcenos
Sem nenhum pudor
Vou dizer o que me vem a mente
Destilar veneno
Provocar ardor
Não vou mais pensar
Irei transcrever antes de ver
Serei desumana
Pueril em alguns momentos
Deixarei os seios nus
As bocas cheias
O ventre livre
Serei atriz, santa ou prostituta
Cada lado
Cada verso pronto para se opor
Talvez em algum momento
A morte venha juntar tudo
Ou talvez o tempo se esgote sem eu nem saber

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pedaços

Meu olhar é ardente
Busca com desejo
Procura sem pressa
Sabe onde esta, sabe achar

Estes olhos sabem despir
Encontram o corpo
Acham a alma

Minha boca é selvagem
Morde com força
Tira pedaços
Lambe com prazer

Estes lábios sabem sentir
Procuram os sabores
Desvendam cada gosto

Minhas mãos são perspicazes
Tocam com leveza
Seduzem com destreza
Destroem com precisão

Estas mãos sabem o que querem
Seguram com força
E não te deixaram partir!

Meu lugar

Em um mundo onde não existem macaquinhos no sotão, mas belas fadas a voar em nossas cabeças.
Num lugar onde a lua brilha mais intensa do que o sol.
Em um tempo onde o passado é tão vivo quanto o presente, onde os detalhes ficam gravados como fotos que rodopiam, onde o futuro baila desajeitado e aos poucos vai se transformando.
Onde o amor é parte do corpo e causa dor, causa lágrimas, causa sorrisos, faz a respiração acelerar, onde é tudo e nada, pois apartir do nada tudo vem a ser, onde não há mais espaços pois esta tudo repleto do sempre amar!

Em mim

As palavras que digo
Os sonhos que tenho
Partes que me fazem
Peças perdidas no tempo

O Vento as vezes vem buscar
O Mar as vezes leva embora
A Chuva que cai me lava
O Sol que brilha me ilumina

Os olhos alheios olham
Mas não sabem ver
As vozes que falam
Nada dizem

Me sinto por fora
Uma peça que saiu de jogo
E agora observa o mundo
Distante e dentro dele