terça-feira, 27 de abril de 2010

Discurso sobre mãos dadas

Quando era criança acreditava que namorar era andar de mãos dadas. Tanto era assim que meu primeiro namoro foram quatro meses apenas de mãos dadas. Essa coisa de dar as mãos não sei se é só minha, mas para mim a intimidade começa assim... Não sei bem ao certo como faço para começar esse contato, talvez esbarrar a mão, ver se a pessoa afasta, caso não afste começam os carinhos, o brincar com os dedos. Das mãos vai subindo, um abraço, um ombro para deitar a minha cabeça. E foi mais ou menos esse o ritmo, mãos quentes, um abraço para me proteger, um ombro para eu descansar e então seus lábios para aquietarem meu corpo que tremia e o meu coração que batia forte e quase fogia do peito. Essas suas mãos a segurarem as minhas me são tão importantes, talvez mais que os beijos, pois é uma união simples, silenciosa e que me mostra que estamos realmente juntos. Queria suas mãos nas minhas, aqui e agora.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Conecxão dos tempos

O tempo I

Vai passando rápido
Foram tantos os dias
Tantas experiencias
Vai surgindo o medo
Vai trazendo insegurança
Foram tantos os erros
Quando surge a Luz
Ela ofusca
Não parece salvação
É dificil aceitar

O tempo II

Foi passando lento
Muitos dias
Poucas coisas
Uma busca lenta
Um andar pesado
Foram sorrisos falsos
Foram abraços frios
Um mundo estranho a se abrir
As cores fortes não animam
Causam estranheza
É dificil aceitar

O tempo III

Relógios partidos
O tempo é desigual
Fossem os mesmos anos
Ainda assim a mente
Tenta-se enganar
Procura entender
Mas não é assim
O fato é seguir
É dificil não aceitar

Sete passos no escuro para te encontrar

Pegadas no passado onde tudo dava errado
Algumas vidas mal vividas
Outras bem aproveitadas
Como gato abandonado fui buscando
Um colo que me desse mais forças pra lutar
Mais perdida a cada destino que tentei criar
Muitas noites sem dormir
Sem saber com o que queria sonhar
Como gato, independente seguindo em frente
Entre muito boeiros, ruas sombrias
A chuva a me molhar
Busquei

Comprei sorrisos vendendo ilusões
Ouvi segredos que hoje já enterrei
Presente em tantas horas
Me ausento sem perceber
Pois vou vendo a minha hora se perder
O grito no escuro, minha mente a me acordar
Ainda não encontro o lugar para ficar

E ai então simplesmente sei
Sei onde esta, sei que encontrei
Vejo, sinto, e sei, como sempre soube
Procurei pois sabia que encontraria
Um lugar, um algo para me encaixar
O cobertor quentinho
A cama macia, o sonho que queria sonhar

A noite

Na escuridão da noite
Sinto suas mãos a procura
Sinto as minhas a te buscar
Meu corpo estremece ao te saber perto
Minha imaginação já da voltas
Sinto suas caricias antes de recebe-las
Imagino seu sussurro
As suas palavras a me arrepiar
A sua respiração próxima
Que faz a minha se alterar
meus lábios se entreabrem
Esperando pelos seus
A noite me faz voar
O corpo quer ser deixado
O prazer, as vontades
Quero dizer seu nome baixinho
Quero morder seu corpo
Sentir seu gosto, ter você
Mas agora, tudo que posso
Sonhar baixinho e esperar.

domingo, 18 de abril de 2010

amor ou não amor

São tantas formas de se dizer amor
Tantas versões de um mesmo tema
São tantas linguas
Tantas canções e poemas
Tantas verdades e mentiras
Na ponta de um lápis

Mas onde se encontra?
Nas batidas sem ritmo
Do meu coração ao te ver
Nas lágrimas que seguro
A cada despedida

Na vontade de não soltar sua mão
No adeus que insisto em não dar
No olhar que não quero mostrar
Nas paginas que escrevo

Em cada sonho contigo
Devaneio por devaneio a te buscar
Como dizer não amor?
impossivel tarefa.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

No sonho que eu sonhei

Naquele tempo que te amei
Eu era tão criança
E acho que ainda sou
Os meus sonhos pareciam simples
Faceis de realizar
Hoje vejo quão impossivel seriam
Se eu voltasse a sonhar

Nossas vidas eram um carnaval
Nossa dança era um tango argentino
A paixão escorria nos poros
Os lábios sempre juntos
Não podiam algo dizer

A princesa no castelo
Nunca fui eu
Eu era a menina rebelde
Que foi logo buscar você
Segurei forte sua mão e valsei

Rodopiei como um planeta
Em volta do meu sol
Fiz mil planos
Até casei

E então cansei
Subi para meu castelo
E deitada agora estou
Esperando pela hora
de ser princesa e você o rei

A te esperar

Na varanda,
Sentada ao sol
Com meus cabelos
Agora longos
Soltos

Estou como tantas vezes estive
Sinto o que tantas vezes senti

Espero com calma
As vezes impaciente
As vezes canto
Choro, mas espero

Do inicio ao fim esperei
Sei que hoje é mais simples

Pois por tanto já passei
Aprendi os sabores
Aprendi as medidas
As nossas medidas

Se hoje vejo o passado
Ontem não via futuro

Esperava sem saber
Apenas com um talvez
Com o medo de um sonho perdido
Com a coragem de uma vitória

Esperava por ter medo
Medo de que quando voltasse eu não estivesse
E que com isso você partisse
Talvez meu medo tenha me salvado

Estava lá quando você voltou
Estarei aqui quando você voltar.

Ao som de uma triste melodia

Se seus olhos passam distantes
Já não há o que possa fazer
Se minhas mãos ficam sozinhas
se meus passos não são seguidos

Talvez os sonhos realmente tenham acabado
Talvez nossas vidas sejam apenas um passar de tempo
O sentido se perdeu a muito tempo
Tempo esse que a gente não deu

E a vontade de ficar
Vontade de sentir
De estar junto que nós temos
O que é isso que nós não sabemos explicar

O que nós estamos fazendo
Porque seguimos por esse caminho estranho
As vezes dá vontade de andar para trás
De esquecer que o mundo gira
Voltar a ser criança sem preocupações

Naquele tempo que era tão simples
Que ainda não haviamos nos conhecido
Quando eu acreditava saber o que era amar
Até então as coisas faziam sentido para mim

Mas derrepente vem você
Não posso jamais dizer que foi ruim
Como poderia dizer isso da minha maior alegria
Meus sorrisos eram mais reais do que nunca
Seu colo, meu abrigo

Mas nem sempre o mundo vai pelo caminho que escolhemos
E então as coisas fáceis se tornão complicadas
E aquele sorriso fica um tanto sem jeito
Não sabe mais o que de fato esta errado
Mas sente que tem alguma coisa estranha
Talvez algo esteja faltando em nós
Algo que nenhum dos dois ainda aprendeu

Não creio que nossas formas de ver o mundo
Sejam assim tão distantes
Pois no principal somos tão iguais
Pessoas tentando proteger seus próprios sonhos
E querendo ajudar o outro a sorrir

Talvez seja mais dificil do que imaginavamos
Talvez ainda sejamos crianças demais
Mas de fato os sonhos estão aqui
E em algum momento
Talvez
Possamos novamente compartilhar.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cachoeira

As lágrimas vem sem motivo, são como cachoeira sem obstáculos, mesmo que quisesse não haveria como parar as águas, elas sempre dáriam um jeito de continuar a correr.
Tento entender o que ocorre para eu me sentir assim, mas dessa vez o que sinto não se parece com nada que eu já tenha passado, não sei dar o nome. Como se houvesse sido arrancado algo de me interior, como se junto houvessem tirado parte de minhas entranhas, algo meu, sinto um vazio que não pode ser completado, uma solidão sem limites que arrebata meu sonhos.

Conversa intima (monólogo)

Olha pra você, já mudou tanto e ainda tem muito por fazer. Se ainda chora é porque não fez o bastante, é porque ainda não aprendeu. Se tem medo é culpa da sia falta de força. Se o destino te sorriu uma vez é pecado recusar. Não se deixa boa comida no prato, não se abandona um grande amor. É errado desistir mesmo depois de muito tentar.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tão desiguais

Basta olhar de longe
Tão parecidos
Não há muito o que dizer
Basta ver, nem precisa analisar
De fato, como partes de um todo

Porém
De direita e de esquerda forma o todo
Espelhados, um o contrário
O avesso de mim
O verso de Ti

Se pudesse me dizer sangue
Tu seria as veias
Partes de um mesmo sistema
Unidos e separado

Eu sou o inicio
Cheio de sonhos
Loucuras são a paixão
A impulsividade

Você é o fim
A realidade nua
As ponderações
A mente que dita

Onde estara o nosso meio?

Dezenas

Posso citar dezenas de motivos para me afastar.
Não tenho como contar em meus dedos as vezes que chorei.
Posso simplificar os dias em momentos bons e ruins.
Passado e futuro, sempre tudo com dois lados.
Mas são tantos os lados dentro destes dois extremos.
Quão bom, ou quão ruim, quão triste ou quão feliz?
Essa noite sonhei com teus olhos.
Essa noite eu quis fujir, quis partir para longe.
Talvez me afastar fosse mais fácil, mais feliz.
Mas dentre tantos motivos, dentre dezenas...
Vem aquela voz me dizer pra ficar.
Me contar em segredo os sorrisos.
E de fato, se fosse apenas um sorriso, um simples sorriso seu, eu sei que já não conseguiria partir, mas agora já não é um sorriso, um motivo, já são tantos.
Dezena de sonhos, dezena de sorrisos, dezenas.
E Abril só esta começando.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Discurso

Faz frio lá fora.
Faz frio aqui dentro.
Aos poucos como sempre o tempo vai esquentando, mas o corpo ainda esta frio, não esquenta na mesma velocidade que esfriou. Parece estranho se eu for pensar, queria tanto que as coisas esquentassem logo, eu mesmo forcei para que começasse o calor, e agora que começa...Ainda estou aqui com a minha blusa de frio, com as mãos geladas e sem coragem de sair ao sol, tenho medo de me queimar, de ter insolação, minha mente pensa em tantos possiveis problemas que não sei nem ao menos sair de casa mais...Fico aqui olhando a tela do computador, tentando entender qual o meu problema real, o que fazer para contorná-lo...Penso, penso, penso, e parece que é só isso que sei fazer, pensar...
Em algum canto ficou toda a minha ansiedade, toda a minha vontade de agira de fazer o mundo acontecer de criar, de causar, de ser, de estar.

Amor sentido ou sem sentido

Quando foi que te perdi? Quando finalmente te encontrei foi minha vez de perceber que agora quem estava perdida era eu. Os olhos com os quais te vi hoje já não são os mesmos olhos com os quais via antes, não sei se as lágrimas que derramei limparam o véu, mas acho mais provavel que tenham criado um para me manter sempre a uma distância segura. Terei que aprender novamente a me entregar a esse sentimento, antes que eu mesma deixe mais uma vez a vela se apagar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre a perda

Medo de acreditar, medo de sonhas, medo da ilusão que posso criar, medo desse mundo cinza que instiste em desabar, vejo os olhos tristes a minha volta e tenho vergonha de sorrir, vergonha de qualquer felicidade que possa existir. Vontade de deixar as lágrimas, chorar com quem chora também, sofrer junto, partilhar a tristeza, perder junto os sonhos, perder as esperanças. Até a hora que os problemas se acabarem, que o sol surgir, que as lágrimas secarem.
Quero sentir estas dores como se fossem minhas, para acordar, ver que meus problemas são tão tolos e que mesmo assim consigo perder minhas noites, tola, pedindo colo quando não sou eu quem realmente deveria querer.