terça-feira, 22 de outubro de 2013

Perdendo o brilho

O mundo vai se tornando cinza aos meus olhos
Não há valor na vida, não há sonhos nas noites
A distração vai tomando conta do meu ser
O tempo de repente passa e eu não noto
Os olhos se fecham e eu não vejo
A luz se apaga e eu não sinto
Os sinais passam desapercebidos
As verdades vão se enganando no caminho
E as músicas... Não sei pra que dançar

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

(Sem título)

Ela não sabia mais distinguir o que era dor e o que era medo.
Ela podia sentir o vazio dentro do peito.
Em alguns momentos sopravam os pensamentos e ela ia desistindo de viver.
O cansaço se espalhando, corpo que já não sente vontade.
Ontem era tudo tão tranquilo, o mundo se virou e revirou.
A hora passando depressa me deprime, já não há onde esperar.
Os segredos que se perdem no amanhecer, as verdades que forjaram em suas mentes.
Mente, sem saber as consequências, sem ligar para os sorrisos.
Afasta a alma.
Afasta a calma.
Afasta e afasta novamente.
Afasta a mente e vive sem querer.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Buscas

Procuro por colo desde cedo, o carinho de minha mãe, o abraço de meu pai, o apoio do meu irmão. Busquei dentro da família por muito tempo, até que o que eu tinha parecia não mais me suprir, eu via falhas, imperfeições e insatisfações, todo esse esterno e trazia para dentro de mim, todo o carinho que não recebia era por algo que só poderia ser culpa minha, até mesmo o fato de eu existir, o trabalho que eu dava para cada um deles, a cada coisa que falava, pedia ou mesmo que queria compartilhar...
Aos poucos fui me calando para eles, fui me afastando, e buscando outros pontos, procurando em outros lugares, vieram os amigos, a necessidade de ver sempre para acreditar que tudo era verdade, eu queria sempre mais, mas o medo de que ao buscar mais as pessoas se afastassem não me saia da alma, já estava impregnado por mais que eu ainda fosse apenas uma criança e aparentemente só quisesse brincar.
Assim acho que encontrei minha melhor amiga, vendo agora nossos comportamentos, sei que ela era muito parecida, também teve diversos problemas em casa e também buscava o consolo a sua volta, e nós nos viamos sempre, dormiamos uma na casa da outra, os fins de semana, férias, carnaval, sempre juntas, pois o estar junto, mesmo que apenas jogando video game supria nossas carências, ou aparentemente supria.
A vida obviamente continuou... E o sempre foi ficando mais difícil e esporádico, mas ainda havia a cumplicidade, mesmo que muda. Talvez isso seja uma loucura, pois hoje não posso falar com ela sobre isso, talvez eu nunca entenda de verdade o que foi a nossa relação, o que em partes é triste, mas sei que independente do que houver em minha vida, ela será sempre algo a ser lembrado, um sonho bom.
Depois dessa primeira grande amizade, eu comecei a buscar auxilio em namorados, eu sempre estava namorando, eu sempre estava com alguém, eu sufocava, eu queria o tempo todo, eu não enjoava de ver, para mim, quanto mais próximo, mais feliz eu ficava e menos eu brigava e meu mundo parecia girar da forma correta. A necessidade do outro, alguém que nem precisava me ouvir, só precisava estar ali, para mim sempre pareceu normal, mas para o outro muitas vezes foi ensandecedor, eu recebia o que precisava mas nem sempre conseguia retribuir, e quando a situação era inversa, de precisarem de mim eu não aguentava, eu precisava poder sentir as minhas próprias dores, eu queria alguém que pudesse revezar comigo os momentos de tristeza, pois se alguém esta mal eu simplesmente não posso ficar mal junto, eu preciso ser forte! Não sei desde quando eu sou assim, mas não consigo mudar e acabo por me irritar e me afastar...
O que pergunto hoje é o que eu realmente busco... Não há como conseguir o afeto de quem já partiu, não há como comprar esse carinho, o buraco que sinto parece maior que isso, em alguns momentos me sinto feliz e completa com esses carinhos, mas as vezes...
Simplesmente por mais que eu receba, nada parece cessar essa dor, a angustia, o espaço.
Muitas vezes choro isso como a perda da minha amiga, mas não é apenas isso, por mais que eu realmente queira acreditar nisso, pois esse vazio me persegue desde antes, desde sempre...
Desde o dia que chorei pois queria minha mãe e batia a cabeça na parede, sendo que ela estava no mesmo quarto que eu... Ou mesmo antes disso... Apenas falta algo.