sexta-feira, 30 de julho de 2010

Doces sonhos

Doces são os sonhos que nos fazem esquecer da realidade, aqueles que nos levam para muito além das nuvens e que nos convidam para um eterno adormecer.
Mas mais doces são aqueles sonhos que acontecem na realidade, que parecem ser apenas um conto de fadas contado para uma doce criança, um sonho delicado que parece que a qualquer instante vai se apagar, que a qualquer momento irá se acabar.
Mas o meu doce sonho foi desses que são reais, desses que a qualquer instante pode fazer como uma bolha de sabão brilhante que some no ar, deixando apenas a umidade, as pequenas goticulas multi coloridas que se espalham pelo ar e logo se perdem.
Eu tive um desses sonhos, mas de tão belo ele era frágil, e quando acordei ele já não estava mais lá, talvez em algum momento eu possa dormir novamente, eu possa mais uma vez sonhar acordada, talvez em alguma dimensão estranha ele já esteja acontecendo, quem sabe o sonho que existiu seja apenas a chamada para um sonho maior que ainda virá, um aviso, para que nós nos preparemos, para que lutemos até termos forças para cuidar da bolha de sabão, para que ela não mais estoure, ou para que a cada vez que ela estourar nós consigamos fazer outra ainda maior e mais bela, e mais, e mais, e mais, pois é assim que um doce sonho deve ser.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Por alguns sorrisos

Dia a dia as sombras nos pregam peças, escondendo os sorrisos alegres, as cores bonitas. Mas é tudo uma grande brincadeira, pois são apenas sombras, as cores continuam ali, mesmo que não as vejamos. Rezo hoje pela luz, pela claridade que me faça voltar a ver o dia, chego a sorrir forçadamente para ver se a face volta a se acostumar com a atitude, para ver se tudo volta, pois a minha volta nada mais é como foi...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Uma escada para o paraíso

Não seria em qualquer lugar, não seria a qualquer hora, por isso, quando aconteceu não pude deixar a oportunidade, de fato, todos querem e procuram um caminho direto para o paraíso. Em uma tarde qualquer encontrei uma escada, ela parecia subir até os céus, lá entre as nuvens de algodão, em um lugar distante de todos os problemas. A escada estava ali, o medo de começar a subida era grande, não sabia realmente até onde a escada iria, mas apenas o prazer em vê-la já me dava a certeza, ali, lá em cima estava o paraíso, aquele com o qual todos sonhamos. A escolha de subir aqueles degraus era também a escolha de abandonar muitas das minhas coisas, mas aquela poderia ser a minha única chance, amanhã a escada poderia ter sido levada, talvez quem a tivesse deixado ali em meu caminho a erguesse de volta aos céus.
Apesar de todas as incertezas ousei subir, comecei degrau por degrau a subir, no inicio era uma empreitada simples, eu estava alegre, afinal eram os primeiros degraus, não havia desgastes, era uma escada simples, como aquelas de pedreiros, degrau em cima de degrau, passo a passo fui subindo, mas como é de se imaginar, o céu, o paraíso fica bem distante, mas a possibilidade de chegar me dava sempre mais forças, os sonhos, o futuro ali, do jeito que eu imaginava, mas o caminho começou a cansar, os degraus agora pareciam cada vez mais distantes, as mão já começavam a doer, e o chão agora era distante, seria ainda mais cansativo voltar, mas eu não sabia quanto ainda faltava, o paraíso ainda parecia mais distante do que o solo, estava longe, distante das minhas mãos, talvez o sol afetasse minha visão, ou realmente o paraíso se afastava de mim assim como eu me afastava do chão.
Uma vida de sonhos talvez fosse mais realista do que aquilo que eu estava vivendo, a busca parecia cada vez mais impossível e a volta não existia mais, tudo a cima que podia ver era a escada, tudo a baixo era a escada, minha única escolha era a escada, subindo cada vez mais lentamente, com as forças se esvaindo, algumas vezes um brilho a mais no céu um não sei o que me dava forças, me dava coragem e subia novamente em velocidade, era como se o paraíso voltasse a me chamar, como se aquele que me entregou a escada dissesse para eu prosseguir que apesar de longa a jornada seria extremamente recompensador.
Mas assim como a força se vai o sono também chega, a fome, as outras necessidades, talvez ai as coisas tenham acontecido, minhas mão se soltaram de forma abrupta da escada, talvez a escada tenha se cansado de mim, mas antes de partir vi mais uma vez o paraíso brilhar em meus olhos, prendi o fôlego e em um mergulho todo o caminho que percorri passou por mim, eu passei pelo caminho, como se tudo estivesse acontecendo naquele momento, via a pessoa na escada e a pessoa a mergulhar, como em um sonho, as lembranças passando, e o sonho se acabando, conforme chegava perto do inicio sabia do fim me aproximar.

Quais as flores?

Poderiam ser cravos perfumados, mas me lembram a tristeza
Poderiam ser rosas tão ligadas ao amor e romance
Talvez Lírios brancos com toda a pureza de um dia de sol
Quem sabe fossem marias-sem-vergonhas com sua alegre delicadeza
Camélias tão fartas de pétalas em seu desabrochar gentil
Ou azaléias que desde sempre me protegem
Gérberas, Gerânios, Brincos de princesa, Violetas...
Tantas flores...Poderiam ser todas
Mas são margaridas, doce, alegres e perfumadas

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O princípio do medo

Você tinha tudo
O sorriso que eu precisava
Os olhos e a determinação
O jeito de me fazer rir
De secar as minhas lágrimas

Era tanto que era difícil crer
Tão difícil que ainda não sei ver
Difícil ao ponto de nunca ser

São seus lábios os que sonhei
Se não forem suas as mãos
Não haverá de ser nenhuma mais

Se meus olhos choram…
É por medo de não saber
De não sentir, de não sonhar
De não haver você em mim
De não haver eu em você

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Versos sinceros

Tu és o primeiro sussurro do dia
Me acordando com sua voz macia
Durante o dia ilumina meu seguir
És o guia de meus passos mansos

O não-sei-o-que que me ilumina
A vontade que me falta pra viver
É o querer dançar até o dia raiar
O sonhar durante o meu dormir

Talvez se soubesse o como
Se soubesse o porque tudo não seria
Mas de fato me entrego
Mesmo sem querer

Já sou parte dessa aventura
Já sou o sonho que quis ter
Sou um pedaço de alegria
Que não há de se apagar.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Primavera dentro de mim

As primeiras flores a muito já abriram
Agora voltam elas com seus aromas
As cores aos poucos encantam
Os olhos que se abrem querem ver

Os dias frios começam a esquentar
As noites longas se encurtam
As vozes, as brigas são outras
Alguns sonhos repetem, mas sigo

Talvez os brilhos sejam ainda fracos
Talvez o calor não seja tão grande
Talvez o mundo ainda seja frio

Mas vejo a primavera chegando
O mundo se inundando de beleza
E meus sonhos em algum lugar a realizar

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Nossa vida

Algumas coisas não são fáceis de se provar, algumas vezes a prova esta no inverso de si, é necessário mostrar que nenhuma das outras possibilidades é realmente uma possibilidade.

Indubitavelmente há amor
E onde todo o amor se encontra há também de haver o ódio
Talvez o medo e as incertezas tragam esses sentimentos estranhos
O tempo, aquele que parece nos orientar, as vezes escorrega, parece atrapalhar
O dia e suas luzes, a noite e seu manto de solidão
O frio me traz a vontade de te abraçar

E a separação...
Ela me mostra que sou fraca
Que não suporto
Que não quero
Já não sei mais essa vida
Cada termino me diz o quanto eu realmente quero e o que.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A porta

Vou sentindo aos pouquinhos, vou me desfazendo parte por parte, vou sentindo as coisas partindo, o corpo se divide em mil partes, as mão escrevem por compulsão, elas estão desligadas do resto, elas não sentem o todo, elas transmitem as idéias, mas é tudo tão confuso, tão disperço.
Olho pelo buraquinho da fechadura, vejo que a chave que tranca a porta foi levada para longe, sei que não posso mais alcançar, já esta trancado, nem ao menos sei se algum dia esteve aberta a porta, nunca tentei abrir, e agora...Também não tento...Pois e se estiver aberta? O que eu diria a ele? O que faria? Como diria o que sinto? Entregaria a ele minhas migalhas? Pois foi apenas isso que sobrou. E ele não mereceria apenas as migalhas, os restos.

domingo, 11 de julho de 2010

Todas as cores

Se a música me invade, já não sei o que quero ouvir. O coração que aqui bate faz festa, sonha em ser bateria, pulsando até não mais conseguir. O ar que respiro parece não ser tão puro, me provoca sensações sobre as quais nunca ouvi, é a droga que me faz sorrir e sem a qual não posso viver. A luz que ilumina meus lençóis é frágil, parece pronta a se apagar para dar lugar a tenebrosa escuridão, lugar de onde surge o medo, mensageiro da destruição, mas como toda noite que atormenta tem a lua que nos protege, as estrelas que nos guiam e os sonhos que nos dão esperanças. O hoje é passageiro o amanhã nunca há de chegar e com o ontem não devo jamais me preocupar, as horas que passam podem ter sabor amargo, mas tantas já foram doces, é surpreendente tudo aquilo que não se sabe, tudo aquilo que o acaso nos trás. Fecho os olhos e posso ver seus lábios, posso sentir um beijo quente, terno ou mesmo atroz, uma fração de acontecimentos, são tantas lembranças que parece possível montar uma vida, um filme com toda a certeza. Há dias em que adiamos nossos sonhos, a dias adiamos. Talvez seja preciso um pouco mais de fé para eu crer em tudo aquilo que sou e no que posso fazer, falta fé nesse mundo, nas pessoas, falta fé em mim para ver, ouvir e saber. Irmãos, amigos, amores, tantos que passam tantos que jamais voltam, aqueles que nos procuram, os que procuramos porém nunca teremos, desencontros e encontros que sempre serão. Talvez em um pequeno texto eu possa sim falar sobre todas as cores...Ou talvez não.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Alameda dos sonhos despedaçados

A vida é uma alameda feita para pouco a pouco ir destruindo nossos sonhos, as esperanças foram feitas para se acabar, as respostas vão se tornando cada vez mais complexas, cada vez mais incompreensíveis, cada vez mais sem sentido. Mas talvez seja esse o grande milagre, nesta alameda perdida onde os sonhos só sabem morrer coisas novas vão surgindo, coisas que se parecem com sonhos, alguns são mais sólidos, talvez mais realistas, ou mais pensados, mais arquitetados, coisas que poderiam soar como planos e não como sonhos, mas afinal qual seria a diferença entre estes.
Neste mundo onde o mais fácil é sempre o desistir, onde respirar é apenas uma não opção, onde cada morte parece deixar nossa alma mais e mais pesada, nos afogando em amarguras, nesse mundo que não nos permite seguir em frente sem nos cobrar, vamos criando mais forço, força tirada de lugares que jamais acreditamos existir, vamos aprendendo a negar, a chorar e a deixar passar, para quem sabe de alguma forma isso tudo servir de ungüento a nossa alma.
Nessa alameda que parece não ter fim, enterro minhas palavras, enterro meus sonhos, sento meditativa e espero, pois sei que em algum lugar já começa a brotar mais uma vez as flores que me servem de apoio e que logo o sol que queima minha face há de se por e a lua calma e doce virá iluminar sem ferir, deixando apenas o caminho dos novos sonhos a mostra.