terça-feira, 13 de julho de 2010

A porta

Vou sentindo aos pouquinhos, vou me desfazendo parte por parte, vou sentindo as coisas partindo, o corpo se divide em mil partes, as mão escrevem por compulsão, elas estão desligadas do resto, elas não sentem o todo, elas transmitem as idéias, mas é tudo tão confuso, tão disperço.
Olho pelo buraquinho da fechadura, vejo que a chave que tranca a porta foi levada para longe, sei que não posso mais alcançar, já esta trancado, nem ao menos sei se algum dia esteve aberta a porta, nunca tentei abrir, e agora...Também não tento...Pois e se estiver aberta? O que eu diria a ele? O que faria? Como diria o que sinto? Entregaria a ele minhas migalhas? Pois foi apenas isso que sobrou. E ele não mereceria apenas as migalhas, os restos.

Um comentário:

Lu...uma imensidão sem palavras disse...

Só posso dizer uma coisa: um ditado muito antigo mas que faz todo sentido, quando se fecha uma porta abre-se uma janela. Abra as suas janelas e deixa o ar entrar, pois esta escuro no quarto e vc é alguém que merece a luz!