domingo, 11 de julho de 2010

Todas as cores

Se a música me invade, já não sei o que quero ouvir. O coração que aqui bate faz festa, sonha em ser bateria, pulsando até não mais conseguir. O ar que respiro parece não ser tão puro, me provoca sensações sobre as quais nunca ouvi, é a droga que me faz sorrir e sem a qual não posso viver. A luz que ilumina meus lençóis é frágil, parece pronta a se apagar para dar lugar a tenebrosa escuridão, lugar de onde surge o medo, mensageiro da destruição, mas como toda noite que atormenta tem a lua que nos protege, as estrelas que nos guiam e os sonhos que nos dão esperanças. O hoje é passageiro o amanhã nunca há de chegar e com o ontem não devo jamais me preocupar, as horas que passam podem ter sabor amargo, mas tantas já foram doces, é surpreendente tudo aquilo que não se sabe, tudo aquilo que o acaso nos trás. Fecho os olhos e posso ver seus lábios, posso sentir um beijo quente, terno ou mesmo atroz, uma fração de acontecimentos, são tantas lembranças que parece possível montar uma vida, um filme com toda a certeza. Há dias em que adiamos nossos sonhos, a dias adiamos. Talvez seja preciso um pouco mais de fé para eu crer em tudo aquilo que sou e no que posso fazer, falta fé nesse mundo, nas pessoas, falta fé em mim para ver, ouvir e saber. Irmãos, amigos, amores, tantos que passam tantos que jamais voltam, aqueles que nos procuram, os que procuramos porém nunca teremos, desencontros e encontros que sempre serão. Talvez em um pequeno texto eu possa sim falar sobre todas as cores...Ou talvez não.

3 comentários:

Lu...uma imensidão sem palavras disse...

Parece que esteve deitada ao meu lado nas últimas horas, lendo os meus pensamentos. Uma vida em uma insônia!

Juniper disse...

É... Parece que todos estamos tentando nos encontrar de alguma forma.
Escrever coisas não lineares parece ser a maneira preferida de todos...

Matheus Stefan disse...

Ou talvez as cores te encontrem, num dia distante no horizonte, o céu te entregue uma pintura, momentos de ternura em um papel mal acabado, onde os sonhos são cantados até serem esquecidos, perdidos em meio a fonte de onde bebe todas as noites, as dores em forma de flores hão de mostrar mais sabores e o céu vermelho ou escuro já não trará temores, pois saberá de teus passos nessa terra, irregular e maciça, onde todas as noites são noites e todos os dias são dias...