segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Sonhos

Rega os sonhos
Carrega nos braços
Num abraço apertado
Leva com cuidado
Protege no dormir
Ouve seu respirar
Cuida para brotar
Da semente a flor
E no pólen o aroma
Deste sonho que escorre
Entre as mãos
Entre os dedos
Como areia
E que nem pensamentos
Podem deter.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Passado

Ouvindo calada
Um coração que chora
Uma voz que já não é
Um passado remoto
Que se enrola
Que me prende
Me devora
Na angustia
De outrora
O que poderia ser

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Falso brilhar

Num beijo roubado
As trevas se escondem
Num falso diamante
De meros devaneios
No brilho opaco de seus olhos
Na valsa perdida de nossos passos
No espaço as horas
Se passam
E a alma se pergunta
Onde estará a verdade
Que minhas mão já não encontram?

Noite

Sombras se fazem
Frio se torna
A noite como mensageira
Se entrega em seu trabalho
A lua se esconde
O mundo se desfaz
Só a noite vem chegando
Vem trazendo a eterna paz

terça-feira, 2 de outubro de 2007

As palavras

Se todas as palavras
vislumbrassem significados
Haveria um mundo de muitas cores
E não há?
Haveria ainda mais
Todos os segredos
Poderiam ser descobertos
Nesta noite seca
A chuva poderia se desfazer em versos
Lágrimas para o mar salgar
Duvidaria do sol a se pôr
Negaria as estrelas
Pois as palavras seriam o mais
A vida não iria além
Meu coração partir-se-ia
Em rimas compostas
Em versos decassilabos
Em sonetos sonoros

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Oração

Vagarosamente vai tecendo
essa teia emaranhada de nossas vidas
Senhora destas aguás que se perdem neste mundo
Faz da tormenta o castigo do fraco
E do arco-íris o presente do valoroso
Sabes bem que merece a vida
E sabe tudo aquilo que galguei
Ajuda-me minha dama
Faz em mim um par de asas
Quero ser anjo para no céu pairar
Quero ir em busca de meus sonhos
Quero em meus braços poder trazer meu amor
Quero buscar meus amigos distântes
Buscar os olhos de meu amor
Correr entre as nuvens sem medo
E mais tarde quando quiseres me levar
Lhe direi que fui feliz
Retornarei aos teus braços
Ó minha mãe
Me acolherei em teu ventre
E serei novamente sua cria
Serei pó
Estrela
O que fizer de mim
Sem medo
Sem temor
Me entregarei
Pois terei vivido até o fim.