segunda-feira, 30 de julho de 2007

Quem sabe os sonhos se desfaçam quando eu estiver a dormir.
As rezas que um dia ouvi como música ainda teimo em não fazer.
Os pedidos que se fazem são todos negados.
A dor parece sempre seguir os olhos alheios, já não sei resolver o mundo.
Cada qual carregando sua dor, e eu carregando a culpa de outras dores.
Tantas vozes a gritaram e eu calando.
Um dia me disseram luz, ainda não consegui enchergar.
Mundo de mentiras e de agrados só para usar.
Cansei, quero viver minha vida.
Sim eu tenho um amor, só meu, não quero seguir mais ninguém.
Não quero usar, não sei como dizer, sei que a muitos dói.
Mas sou feliz, pois amo...
Amo tanto que chega a doer, um dia talvez me entendam.
Meus carinhos são a todos, meu amor é para quem se doa também.

sábado, 28 de julho de 2007

O rugir

Se hoje vê minha face tingida de carmim não sabe o que ontem foi de meu olhar, talvez se engane com meu semblante rubro na vergonha, pense que meu ser é apenas a pureza que reflete em meus olhos ditos meigos.
Repare no tamanho de minhas garras e quem sabe encontre no fundo algo a ser temido, o meu tamanho pode não impor o respeito devido, mas algo mais o fará.
Aproxima sua cabeça de meu seio para ouvir dentro do peito o desespero de meu coração que não para de bater, essa ancia que me envolve e me devolve toda a vontade de viver, meu corpo que não mais se aquieta na vontade de te ter, seus braços num abraço envolvente que me faça bem mais perto de você.
Minha boca que não quer mais a distância de teu corpo, de seus lábios, que quer outra vez ter seu gosto, sentir outra vez, devorar, morder sua nuca, seu pescoço, sem que atrapalhem os pedidos de parar.
Ousarei como já mais foi feito, serei apenas o desejo que me possui.
Vem sentir meu corpo arrepiado, a pele eriçada que espera ser tocada por suas mãos quentes, apara as lágrimas e os soluços desta alma tão cansada que já quis se despedir deste corpo tantas vezes.
Só seus lábios sabem quais caminhos percorrer para que meu sorriso desperte deste tão temido sono que parece não mais ter fim.
Foram seus olhos que me fizeram despertar do caótico mundo criado onde me escondi e não mais sabia me achar.
Ainda lembro do caminho percorrido em meu corpo por seus dedos quando ainda estavam a desvendar os mistérios que se guardavam em mim.
Foram suas palavras que fizeram com que a realidade voltasse a ser um sol que me guiasse de forma plena e me acolhece se que o medo em mim se fizesse.
Estou aqui esperando te novamente, pois meu corpo ainda arde na vontade de se entregar vez mais ao seu verdadeiro dono.
O que houve? Erros que parecem vir do passado, culpa de não atos, fatos, lágrimas de arrependimento, esse tormento dói na alma e não acalma.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Deixa eu me deitar naquela cama e em fino lençol esconder meu corpo nu de teus olhos faceiros, me encolher e rolar na cama com travesseiros macios que ainda guardam teu perfume e impregnam meu corpo, nesta leve brincadeira me deixarei levar por seus beijos que buscam não só meus lábios, minha face enrubrece e se aquece no frenezi de nossos corpos juntos, o sono parece distante mas o contato de nossas peles me atiça e parece não menos que um louco sonho, a noite se estende sem que se perceba e na exaustão nos deixamos cair em um longo abraço que nos une em todos os sentidos, a ultima visão antes de meus olhos se perderem é seu sorriso de satisfação .

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Deixei em algum lugar aquelas palavras que outrora havia escrito, já não sei mais qual o caminho que os versos devem tomar, não são mais histórias que povoam minha mente com seus finais fantásticos, são apenas pedaços de sonhos talvez não encantados que agora eu sei olhar, as palavras que antes me eram familiares agora caem no desuso e a mente tão inventiva não quer mais criar, não aquele velho conto, quer sim em novas páginas escrever, talvez história nunca antes sonhadas, talvez mostrando este mundo radiante de sensações que eu habito e que somente agora percebi, mundo que um dia achei que fosse comum a todos, mas diante de mim um dia ouvi vozes a dizerem-me diferente, a mostrarem que meus olhos não são como outros, que meus dedos sentem muito mais do que o que realmente há para se sentir na pele, que meus ouvidos vão além de cada palavra e descobrem nelas a melodia que aos outro parece não soar, talvez agora eu encontre o real sentido de todo o esforço pelo qual um dia me fiz passar, agora sei que talvez minhas palavras que antes não possuíam sentido podem se fazer claras aos olhos, pois elas se clareiam finalmente diante de mim, e ao observá-las assim posso finalmente ouvi-las e transcrevê-las da forma que realmente merecem.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Espera

Espero calmamente
Noite a dentro
Quero me entregar ao sono
Onde está você
Parte distante de mim
O que faço eu destes olhos cabisbaixos que a distância pedem auxilio? Como faço eu pra saber quando estas lágrimas saltam aos olhos e correr para secá-las com meus lábios quentes? O que faço eu aqui tão distante deste ser que de impulsividade se entrega e busca minha voz em momentos que lhe são inoportunos? Como fazer pra controlar toda esta ansia que lhe foge pelo corpo e que em minha direção busca e acaba se ferindo? Como ei eu de cuidar deste ser que tanto quero mais que em seu querer sente a culpa do não poder? Como ei de fazê-lo entender que as coisas hão de ser da forma que se quer se com paciencia continuarmos a lutar? Que faço eu para que entenda que as vezes as palavras que pronuncio e lhe machucam não haviam de ser para isto e que a única coisa que faço é tentar não guardar minhas mágoas como segredos dentro de mim.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Deixa eu navegar como os loucos por estes sonhos criados, onde a verdade já foi sugada e não há nada que possa se fazer real, deixa meus pensamentos se consumirem nas mentiras da humanidade, nas fantasias e nas vontades, desejos obscuros e sem sentido, nesta vida que nunca quis ter.

Tristezas

Me explica o que é isso que nasce dentro do peito, que faz dor, que faz sombra, que esconde o brilho dos olhos, que faz a raiva se esquecer do que um dia foi, que faz o amor sublime a pior das mesquinharias, me explica o que é isso tudo que me sobe o estomago e se faz enjôo, que se faz asco, que parece querer fugir, que tenta de todas as formas se por para fora, o que são estas lágrimas que banham meu rosto já decidido pelo não mais chorar, o que é esta voz que grita de dentro, que quer fazer algo que já não quer mais calar, toda esta ância que não me deixa andar, que não deixa o corpo partir da inércia, que segura a vontade, que faz o sol não mais brilhar, quais são as formas de deter todo este sentimento toda esta furia que se faz dentro de mim, que faz a minha vida perder o sentido que faz as horas tardarem a passar, o que faço com tudo isso que vejo desmoronar, com esta falta de objetivos que me faz retroceder, em qual ponto foi dada a partida? Onde esqueci o coração, em qual caminho a vida leva flores e em qual outro nos leva ao chão, meu corpo se sente pisado, escarrado, ensanguentado, estes olhos que nunca se apiedaram nem querem mais me olhar, me salve deste mundo, eu imploro, seja vida ou morte quero sair deste lugar.
Durma o sono dos anjos
Onde as nuvens lhe aconchegam
O vento embala a noite
A lua se faz fraco luar
As estrelas lhe fazem compania
O frio se controla
A noite é morna
O orvalho lhe cobre a face
Lágrimas que não tem motivo
São presentes do passado
Que se esconde
Que é segredo
Perdido no peito
O sol tarda
Não quer atrapalhar
E deixa sua noite sagrada
Sobra tanta coisa
Que não sei mais onde por
Sobram tantos sorrisos
Tantas lágrimas
Preces sem fim

Sobra tanta tristeza
Onde falta tanta cor
Sobram tantos dias
Tantas palavras
Tantas horas

Sobram sombras de edificios
Onde antes sobrava luz
Sobra comida no prato
E sobra fome
Pratos vazios

Sobram espaço nos céus
Sobram mortes na terra
Sobram espaços no coração
Onde sempre sobrou

Sobram vozes
Gritos
Sobra dor
Miséria
Falta de dignidade
Sobra tudo que restou

Princípio

Nasce o sol

Como se o ontem não houvesse
Como se tudo fosse denovo
Primavera devagar chega
Nos corpos o desejo do que principia

Flores desabrocham
Deixam seus perfumes
Se misturam
Inundam
O ar se faz alma
Os dias novos chegaram
O silêncio paira suspenso no ar , o tempo parece se fechar como uma aura negra que se aproxima velozmente, os sonhos parecem se perder na negra presença, as lágrimas parecem mais pesadas e tentam fogir aos olhos com mais determinação, graças ao medo ela invade o peito e domina, aquilo do qual era orgulho para ela não passa de cinzas, e a dor parece consumir cada vez mais, e o espaço que tentei criar, meu lar, parece outra vez se dissolver, minha doce criação se fará outra vez pedras que tentei colorir com aquarela, que a crueldade mais uma vez levou para para se deliciar ao ver tudo desbotar.

Ecos de um passado já distante

Imploro a meus pensamentos que se calem uma vez mais, não quero outra vez amargar meus lábios com o gosto frio de meu penar, meu corpo estremece nas lembranças outrora contidas que a muito tento trancar, as feridas que não mais sangram sentem as dores do tentar se abrir, o corpo luta sem medo da dor, tenta a todo custo mudar o percurso desta falta de sorrir.

Maldita noite em que minha mente resolveu fugir deixando o corpo ser levado pela brisa de um beijo que trouxe o desejo e na união o sonho fez ressurgir e agora no abandono ainda ouço sua voz rouca proferir o meu pecado e em lágrimas escondo minha face rubra que se perde na vergonha de em meu corpo ainda sentir seus toques impuros e se desespera na tentativa frustrada de te esquecer, mas ainda vejo o reflexo de seus olhos verdes e me enlaço em seus caichos meu mal querer.
Deixa eu dormir em seus braços até meus dias contados se findarem, sentindo seu calor e seu cheiro me consolo com com o fato do ser estar, em sua respiração contida sufoco meus anseios e desmaio me deixando levar.

Sonho com o encontro de nossos lábios ardentes em um beijo quente , vejo nossos corpos se perderem e não saberem para onde rumar, nossas mentes não mais presentes e nossos sentidos se entrelaçando com o tocar, sabendo cada parte de meu corpo pulsando por seu sangue que já corre em minhas veias e sentindo meu coração batendo apressado em seu peito.

Nesse encontro não mais seremos o que um dia fomos, o impacto de cada beijo será eterna marca em cada dedo que ousou percorrer o corpo oposto e nas linguas e lábios que aprenderan o gosto daquele corpo que sempre quiseram.