quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Não me conheces

Tu não sabes meus gostos
Não conhece meus sonhos
Não viste minhas lágrimas de dor
Não sabes meus amores
Sabes aquilo que te disse
Sabes os sorrisos que te dou
Sabes as poucas coisas que mostrei
Sabes minhas besteiras
Sabes meu jeito de criança
Talvez saibas mais pelos meus olhos
Saibas coisas que eu não sei de mim...
Mas o que posso dizer?
Sei tão pouco sobre ti
Sei teus olhos, teus lábios, teu sorriso
Sei menos do que gostaria
Mas sei, ou acho que sei
Sei o que me deixa ver
Sei o que se mostra ser
E o que tenho disso tudo eu não sei
O que tens? É mais do que sabes...
Tens o tempo, seja este curto
Seja este longo
Mas é dele que precisas apenas
O tempo que tenho para tu
O tempo que tens para mim
O tempo do conhecer

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sobre o medo

Ja estive muitas vezes de frente para os meus medos.
Acho que sou corajosa por gostar de bater de frente com eles, ou talvez tudo isso seja apenas para eu pensar que sou mais forte, apesar de saber que sou muito fraca. Não sei ao certo.
Algumas noites tenho vontade de chorar, outras eu simplesmente penso que seguir o vento não é a melhor escolha, e que por isso é bom mesmo que eu chore, para aprender a enfrentar, para aprender que eu não tenho que agradar a todos, que não é egoismo meu querer seguir minha vida. Talves o egoismo seja o eu tentar ser para todos um alguém que eu realmente não sou, iludir, e assim não permitir que as pessoas busquem aquilo que elas realmente querem.
Sou uma pessoa muito confusa, eu mesmo as vezes não sei quem sou.
Muitas vezes descubro que pelo meu jeito de ser esqueci de aprender algumas coisas básicas nas formas de agir. É estranho me ver assim, de outro angulo. Vejo muitas vezes uma criança que tenta se fazer de mulher, que tenta mostrar que é séria, que não liga, que pode ser indiferente. Mas hora ou outra não aguento e a máscara cai.
E surge o medo, medo de ser negada, e choro, e peço desculpas, e me humilho pela vergonha que sinto, é incrivel o poder que eu tenho de ter vergonha de coisas bobas, de ter vergonha de mim.
Onde foi que consegui todos esses conceitos de como deve ser uma pessoa certa? É impressionante a minha capacidade de saber o como quero ser, de criar interminaveis modelos que quero repetir, modelos de beleza, de jeito, de profissão, de tudo, é impressionante a minha capacidade de me rebaixar, de mostrar para mim e para os outros o quão inferior eu sou, e o mais incrivel é o fato de eu sempre esperar que chegue alguém para me salvar de minhas próprias armadilhas, minhas loucuras...