quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quando a minha poesia morreu

Eu sempre gostei muito de poemas, desde sempre lia e lia muito, e me encantava com as rimas, com os versos métricos e com toda aquela coisa que eu nunca soube ao certo fazer, mas mesmo assim, sem saber de que se alimentava e como cria-la, eu insisti e criei a minha própria poesia, ela era fraquinha, meio mirradinha, mas se alimentava diretamente de meus sentimentos, de certa forma eles não deviam ser muito nutritivos pois eu ainda era muito nova para saber sobre sentimentos mais fortes e poderosos. Ela foi crescendo assim sem muita cara de esperta, com uns olhinhos fundos mas que pareciam enxegar mais ao longe que os meus, de quando em vez ela me ajudava a escrever uns versos meio quebrados, uma ou outra vez até conseguiu me fazer usar rimas, usar a métrica, mas ela vivia a me dizer que aquele não era o meu jeito, que eu estava forçando a natureza, que eu deveria deixar ela ser livre e não ficar quebrando as linhas para forçar os versos.
Pois um dia, assim sem querer, eu esqueci de mudar de linha, foi um momento complicado, vi minha poesia se contorcer, ela estava chorando, ela sentia a dor de eu ter fugido a regra e as outras normas, aquilo que estava ali não era mais poesia, eu havia matado, matei sem querer aquela poesia que eu havia suado tanto para criar, aquela que mesmo frágil me ajudara a passar por tantos sofrimentos.
Algum tempo depois fui olhar a pobre poesia, ela realmente não estava mais lá, porém no lugar onde ela estava deitada havia uma pequena semente, e como lembrança de minha poesia comecei a cultiva-la, agora estou passo a passo colhendo os frutos e conhecendo um novo mundo, pois agora crio a prosa, e essa acho que viverá por muito tempo.

2 comentários:

Li Martins disse...

Pois é... Poesia é algo lindo! E como tal queremos sempre fazê-lo, mas a prosa é mais sentimental, porque você pode usar frases inteiras e ainda assim terá as entrelinhas.

Lu...uma imensidão sem palavras disse...

Conheço a sua poesia, e conheço a sua prosa.
Se não admirásse sua escrita em verso ou prosa, não estaria resolvida a criar um projeto conjunto com a senhorita.
Mas te toda a sua obra o que mais me encanta é a sua prosa Poética, pois ela tem o seu ritmo o sua cara...ela danaça entre as linhas sem passos demarcados, ela grita, suspira encanta, chora e ri como uma certa gatinha....

Gosto da sua poesia
Admiro a sua prosa

Mas amo a sua prosa poética.

Só não amo mais que a sua pessoa hauhau ^_~

bju