Portas e janelas abertas. Os raios de sol vão entrando sem
pedir licença. O corpo se esconde da luz, em alguns momentos ainda quero
continuar a sentir o meu frio interno, mas o mundo sempre chega e me leva
junto, dá voltas e não me pergunta se quero ficar. Sou arrastada por ondas de
alegria e coisas boas que sempre me deixam com a consciência pesada. Parece
loucura. E então eu ouço baterem em minha porta... Finjo não ouvir, batem uma,
duas, três vezes. Parece que foram embora, deixo o silêncio me invadir, e mais
uma vez ouço baterem. Fugir pareceria fácil se eu não fosse quem sou, ou se o
meu destino fosse um pouco mais calminho e não corresse em minha direção e
pulasse em minhas costas. As vezes não é fácil, ele ali, montado de cavalinho
em minhas costas, como se fosse uma criança, porém ele pesa. Cada vez que paro
para pensar o destino vem e me dá um tapa na cara, manda que eu olhe para
frente, grita em meus ouvidos: O PASSADO JÁ ERA! E para que eu não caia
novamente continuo a andar.
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