quarta-feira, 16 de maio de 2007

Pelas ruas

Nas calçadas que levam a algum lugar, o dia raia de forma compassada com os passos frenéticos que são ditados pelo Tic-Tac dos relógios que nos aprisionam nesta cidade.

Entre muitas pernas destaca-se numa esquina qualquer deste mundo pessoas que ainda dormem em seus trapos e que logo estaram mais uma vez a caminho da luta que é sua vida.

Um mundo marcado por contrastes onde a pressa parece desfazer o desabrochar das flores, onde crianças de bochechas rosadas não se encontrar com aquelas que de mãos estedidas nos pedem ajuda.

Nesta correria chega a tarde com seu calor dilacerador e imploramos por um pouco de calma e descanso enquanto nos aprazemos com deliciosos e caros pratos, que mal aguentamos e desperdiçamos, e lá fora mais uma vez vê-se a dor.

O dia vai se perdendo e com sua força continuamos nossas correrias onde as distâncias se fazem sugadoras de nossos tempos, para cada tarefa desperdiçamos todo o nosso dia, desta vida que esquecemos esgotável.

Entre prédios iluminados as estrelas parecem não surgir, a noite da cidade engole a beleza da escuridão e faz inveja a qualquer brilho, sem ao menos mostrar beleza, desfaz a impressão do infinito que nos cerca.

E assim voltamos para um lugar que chamamos de casa, e novamente em busca de descanço pessoas que deram realmente suas vidas por um pouco de comida se escondem em suas esquinas, torcendo que esta noite não seja fria e que a violência passe longe.

E em nossos coviis, com nossas famílias virtuais que não pudemos dar atenção nos deitamos para mais uma noite de descanso e para mais um dia de uma vida agitada e não vivida.

E mais uma flor desabrocha sem ser notada na escuridão de um quarto, a sorte sempre esta lançada.

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