domingo, 2 de maio de 2010

O silencio e a noite

A noite vem substituir o dia, vem como trevas, um toque de terror que fazia do homem escravo, era temida, e por ser temida era bela. Mas com a luz a noite vem perder parte de seu encanto, se torna um dia com um pouco menos de luz, as estrelas se apagam perante as luzes da cidade, o céu negro se torna avermelhado, as nuvens gigantes que pareciam engolir o céu não passam de pequenas projeções sombreadas.
O silencio perturba, faz o homem são muito mais próximo da loucura pois faz com que a mente trabalhe de forma alucinada tentando sanar a falta do barulho, e cada pensamento parece mais alto, parece ainda mais vivido, quase como se um outro alguém estivesse a berrar em seus ouvidos. E para brecar a imensidão do silêncio procuramos infinitas formas de dete-lo, fazemos a música, o som, o barulho, a gritaria, para que não possamos perceber o que se passa dentro de nossas almas.
Vamos aos poucos controlando e destruindo tudo aquilo que nos amedronta e paramos de perceber o quanto aquilo pode nos ensinar ou nos fazer crescer, onde deixamos o céu estrelado que a todo instante nos mostrava o infinito sob nossas cabeças, nos mostrava a insignificância de nós mesmos, enquanto o silêncio vinha para nos mostrar a imensidão interna que há em cada um de nós. Sem ambos não somos mais nem grandiosos nem insignificantes, somos apenas pedaços de corpos que caminham sobre a terra sem percebermos a nós mesmos.

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