quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pensamentos de passarinho

(Esse texto foi escrito para ser solo, porém em um curto espaço de tempo acabou por surgir uma continuação, e não pude deixar de escreve-lo, não sei se haverá continuação além da próxima, mas se houver com certeza irei postar, em breve coloco no ar a segunda parte da história)

Estou livre. É estranha a sensação, olho para frente e não vejo grades, não vejo a porta, vejo o céu azul, as núvens e nada me separa disso. É grande o medo, afinal estava ali de forma confortavel, gostava de meu estado, me cuidavam, eu possuia comida, não havia do que reclamar, meu canto era feliz.
Mas agora, haviam aberto a gaiola, de proposito, para que eu fosse embora, talvez não me quisessem mais ali, talvez fosse realmente a hora de ir embora, de partir, de voar com toda a liberdade de minhas asas, carregar comigo as lembranças mas me desfazer de tudo que havia.
De asas abertas ainda titubeava, não sabia o que escolher, poderia ficar ali até que fechassem novamenta a gaiola, até que viessem mais uma vez me alimentar, mas talvez isso não acontecesse, talvez eu esperasse em vão, talvez a única coisa que houvesse fosse o céu azul a minha frente.
Pois e se ele ficasse triste ao vontar e ver a gaiola vazia? Eu não queria isso. Talvez ele acreditasse que eu poderia voltar para cantar toda manhã em sua janela, e isso realmente seria possivel, mas a questão é que com minhas asas queria ir longe, se fosse para voar que voasse o céu inteiro, que conhecesse cada canto do mundo, e então não haveria mais tempo para voltar, teria me perdido de casa, não teria mais lar, me manteria eternamente livre, talvez não tão feliz quanto um dia fui, mas estaria para sempre em busca de preencher cada parte de me ser com algo completamente novo, e não sobraria mais espaços para o que foi.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pássaros foram feitos para serem livres.