quinta-feira, 12 de abril de 2007

Um dia de um gato



Os olhos já se cansaram de tanto dormir, mas o corpo ainda implora por ficar inerte, o desejo de estar entre pessoas é um paradoxo pois não quero sair nem tocar ninguém. Meus passos parecem pesados e meu corpo se joga antes de chegar onde deve.

Tudo parece distânte, a memória revê tempos em que a dor era como a de hoje, tudo parece como já foi, o ciclo parece começar novamente mas desta vez eu não quero me render. As lágrimas de ontem que aconchegaram meu leito querem mais uma vez me aconchegarem, mas me deixar levar parece desistir.

Desta vez tudo que quero é me empurar pela noite e fazer das estrelas meu lar, lá onde meu peito parece não sentir este aperto, onde a cura esta no brilho do luar. Quero manter o silêncio e ouvir os canticos que o dia oferece a noite, quero ouvir as declarações dos amantes e seus sussurros indecentes e apenas ouvir, sem saber por quem as palavras são pronunciadas.

Quero ver a noite se aquecer e ruborizar-se com os pedidos indecentes do dia e deixar que nela ele faça sua morada, até novamente ele partir e deixa-lá novamente em compania de suas estrelas...

Um comentário:

Matheus Stefan disse...

"As lágrimas de ontem que aconchegaram meu leito querem mais uma vez me aconchegarem, mas me deixar levar parece desistir."

Como sempre, mto lindo o texto mocinha... XD...

O passado sempre nos atormenta, mas como poder viver se ele nos impede? talvez não devamos ser mais criança e temer o escuridão que ele causa, e sim aprender a enfrentar a escuridão com a graça de um adulto que já conhece suas armadilhas, por ja ter caido nelas por demais...

Beijos mocinha... até breve

e Boa Sorte...